ANAIS POLÍTICOS: JORNALISMO FAJUTO

| sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011 | 0 comentários |
ANAIS POLÍTICOS: JORNALISMO FAJUTO

Com Texto Livre: O que é ser de esquerda, hoje?

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As árvores são fáceis de achar...: E Marx tinha razão...

| segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011 | 1 comentários |
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Altamiro Borges: Ignacio Ramonet e a xenofobia européia

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A Doutrina do Choque (The Shock Doutrine)

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Esta publicação é sobre algo que SEMPRE comento e combato.....nosso auto-menosprezo!

| sábado, 12 de fevereiro de 2011 | 0 comentários |

Luís Carlos Lopes: Brasil, automenosprezo e racismo

Atualizado e Publicado em 04 de março de 2010 às 10:26
O racismo brasileiro fundamentou, e ainda fundamenta, o automenosprezo de segmentos da população, que imaginam o país como inferior e sem solução. As elites adoram e disseminam este sentimento, que é fortemente conservador e útil aos propósitos dos mais ricos e poderosos.
por Luís Carlos Lopes, em Carta Maior
Ao contrário de vários povos, o brasileiro tem a mania de se automenosprezar, de se achar menor e de assumir culpas de fatos e problemas que não são seus. Se há corrupção, é que todos seriam corruptos. Facilmente, deslizes pequenos cometidos pelos pobres são comparados aos atos deliberados agentes de Estado e de ladrões engravatados (empresários) que enriquecem com o dinheiro público. Segundo este vício terrível, os brasileiros seriam menores por terem origem nos negros africanos, nos índios das Américas e nos portugueses, vindos para cá para roubar. O caráter nacional da população desse país teria nascido torto e sem solução. Por compensação, os habitantes do Brasil teriam uma natureza geográfica exuberante e, Deus, de fato, seria nascido aqui.
Estas afirmações não são tão difíceis de serem compreendidas. Observe-se que nelas há uma tentativa de ocultar o que é possível ver a olho nu. A autofagia brasílica tem origem colonial, foi refundada no Império e reafirmada na República. Nela, se misturam o olhar do colonizador e criador dos fundamentos culturais dominantes do país com o dos colonizados que se miraram no espelho dos que vieram para cá e se apossaram deste pedaço das Américas. Nesta visão, tudo de bom era o que vinha de fora, aqui era o lugar para acumular riquezas de modo fácil e usar dos lucros para comprar as mercadorias do além-mar.
Os racismos antinegros e anti-ameríndios têm a idade do início da colonização, logo, cinco séculos. A inferiorização das maiorias foi estendida aos seus descendentes, gerando um sentimento de menoridade e incapacidade até mesmo nas elites mestiças. Este modo de ver o mundo deixou raízes profundas e se escamoteou em vários modos de dizer que os brasileiros eram um povo de segunda classe. Jamais isto foi inteiramente superado, persistindo de algum modo até o século XXI. O modo de falar isto já não é o mesmo do passado. Mas, o racismo continua presente em fontes insuspeitas, por exemplo, nas emissões da tv aberta. Nelas, os índios praticamente não existem e os negros, apesar de serem a maioria dos habitantes do Brasil, têm apenas uma cota informal, conseguida com bastante dificuldade e muito recentemente.
O pano de fundo de tudo isto foi os quatro séculos de escravidão dos afrodescendentes que embutiram os esquecidos dois séculos de cativeiro dos nativos. Mesmo com a escravidão em crise na segunda metade do XIX, quem eram os que não eram escravos? Os imigrantes europeus que aportaram no Brasil, aqui encontraram condições de vida bem próximas as da escravidão. Como nos EUA coloniais, usou-se, com eles, o sistema de servidão por contrato. Neste, os que vinham estavam sempre devendo aos fazendeiros e as empresas que os traziam. Os escravos alforriados na mesma época, deviam quase sempre obrigações aos seus ex-senhores. Não eram mais escravos de direito, mas continuavam próximos à situação de escravos de fato. A abolição legal da escravidão (1888) representou uma importante mudança. Entretanto, os estoques de populações originárias do passado escravista continuaram a ser discriminados, até mesmo pelos imigrantes brancos que vieram substituí-los, progressivamente, desde o governo do Pedro II.
O racismo brasileiro fundamentou, e ainda fundamenta, o automenosprezo de segmentos da população, que imaginam o país como inferior e sem solução. As elites adoram e disseminam este sentimento, que é fortemente conservador e útil aos propósitos dos mais ricos e poderosos. Felizmente, desde há muito, há quem não concorde com nada disto e lute para dizer o óbvio. O Brasil é um país como outro qualquer. Do ponto de vista moral, não é menor e nem maior. Seu povo tem qualidades e defeitos, como qualquer outro. O que existe aqui pode ser modificado para melhor ou para pior, dependendo de quem estiver no poder e do comportamento dos governados.
Oficialmente, o país não é mais racista. Desde a era Vargas, o Estado foi abandonando pouco a pouco uma postura discriminadora. Trocou o racismo escancarado do Império e da República Velha pelo mito questionável e problemático da democracia racial. O fazer político precisava de se organizar, isto é, os governantes necessitavam inventar um povo de governados. Precisava se dirigir diretamente à maioria da população, tal como Vargas o fazia: “Trabalhadores do Brasil...”. A mestiçagem foi considerada um bálsamo, sem que o velho racismo desaparecesse por completo. Afastado de uma militância estatal ostensiva, ele se refugiou nas estruturas sociais, dando um jeito de se manter. Memoráveis lutas antiracistas fizeram o combate a esta ideologia, nos últimos cinqüenta anos. Entretanto, apesar de cada vez mais acuado, denunciado e criminalizado, o racismo continua presente no cotidiano brasileiro.
Ninguém mais tem a coragem de dizer publicamente que os negros, os índios e os mestiços são povos inferiores. Mas, eles continuam tendo níveis de segregação facilmente constatáveis nos dados que indicam que eles são os que: são mais pobres; mais estão presentes nos presídios; são os maiores números de desempregados; enfrentam piores condições de vida; têm suas histórias sonegadas no ensino de qualquer nível; menos aparecem nas grandes mídias.
Há exceções importantes. No futebol, a negritude e a mestiçagem brasileiras são celebradas como gênios da raça. No carnaval, como diz o poeta, “napoleões retintos”, desfilam para os brancos do Brasil e do mundo, encantando as audiências e escondendo uma dura realidade. Nos últimos anos, foram possíveis o aparecimento e desenvolvimento de classes médias negras, ávidas para consumir e se diferenciar. O que continua como dantes é a ignorância sobre as histórias dos povos de origem africana que aqui aportaram e, ainda mais forte, o silêncio sobre a história das populações indígenas encontradas pelos portugueses no século XVI. Os jovens sabem bastante sobre as últimas novidades de consumo midiático e tecnológico. Nada, ou quase nada, conseguem alcançar sobre suas origens. Mesmo que na Internet exista bastante informação sobre estas coisas. O problema é que elas são raramente acessadas e são rarefeitas e pulverizadas no universo comunicacional caótico do tempo presente.

*Luís Carlos Lopes é professor e autor do livro "Tv, poder e substância: a espiral da intriga", dentre outros.

Pequena entrevista

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1- Formação Acadêmica: Sou geógrafo formado pela UFPR em 1984.

2 – Experiência em pré-vestibular: Atuo na verdade desde antes de estar formado, desde 1983 em pequenos cursos preparatórios para escolas militares daquela época. Desde então, estive no Colégio Positivo, Curso e colégio IIIº Milênio por 12 anos, Colégio Marista Santa Maria, Marista Paranaense e também preparei vestibulandos em Ponta Grossa e Joinville. Isto só para mencionar as principais experiências como professor, porque no começo dos anos 90 fui membro da comissão de vestibulares da então Faculdade de Direito de Cutitiba (hoje Unicuritiba) onde não só elaborava provas mas também corrigia as da segunda fase (discursivas).

3 – Paixão pela profissão: Minha paíxão pela profissão nasceu ao acaso pois eu era Muuuito tímido e não conseguia falar em público até minha adolescência. Só o gosto pela ciência geográfica estava definido desde a infância, sempre “devorei” atlas e gostava muito de conhecer outras culturas, mesmo com os limitados recursos de que dispunha nos já distantes anos 70 e com o país sob ditadura militar, o que tornava o aprendizado muito desprovido de senso crítico.....era só “decoreba”...........tudo fortemente censurado!!!
Somente já dentro da UFPR comecei a desenvolver minhas habilidades como professor. Eu exerci durante o ano de 1982 a monitoria em Geografia Física e a professora de então me convidou a dar uma aula de Geologia básica para uma turma (noturna) de Turismo e lá fui eu..........nervoso pra caramba dar a primeira aula de minha vida e DEU CERTO!!! Estou nessa até hoje e sem data pra parar.........

4 – Particularidades de minha personalidade: Sou um sujeito que num sentido é a cara do brasileiro: “Não desisto nunca!!”. Sempre trabalhei muito, incansávelmente e olha que as dificuldades não foram poucas........
Dedico-me de corpo e alma ao que faço e longe da perfeição, procuro sempre fazer o melhor. Considero-me um inconformista perante as atrocidades que se vê cotidianamente, a banalização da violência, a perda de valores básicos de convívio e o individualismo exagerado.......fruto em partes da influência da mídia sobre a sociedade bem como do verdadeiro “desespero” na luta pela sobrevivência, situação na qual também me encaixo. Costumo dizer: “A desordem me inquieta muito menos do que a injustiça”.

5 – Uma palavra amiga aos alunos: Persevere em seus esforços, mas sem passar por cima de quem está à sua frente, aprenda com suas experiências e com as dos outros, cultive amizades e NUNCA coloque o dinheiro acima de tudo. Viver coberto de ouro mas sozinho e insatisfeito? Não vale a pena!!!

Algumas idéias: Estudar será uma necessidade eterna para todos vocês, mas não apenas pensando em aperfeiçoamento profissional e sim em universalizar o seu saber, ou numa linguagem mais simples: “Abrir a cabeça”. Isto sim é fundamental e nos torna dotados de idéias que podem ser úteis não só a nós mesmos, mas às vezes a toda a humanidade, por que não?
Desenvolva sua consciência coletiva, afinal, você não está sozinho no mundo e quanto mais interagir com a sua comunidade e com outras, melhor entenderá seu próprio papel como agente da História, como ser humano transformador do espaço geográfico.
Nunca aceite pregações de “idéias únicas e definitivas”.......há muito mais no mundo além do que seus ouvidos e sua visão podem alcançar!!!! Dogmatismo jamais!!!! Respeite-se e também aos que te cercam..........isso é viver feliz.......